Nessa entrevista, conversamos com Angel B, que é cantora, compositora e coreógrafa. Brasileira, ela vive em Los Angeles (EUA). Em seu currículo, coleciona colaborações com diversos artistas, como Snoop Dogg, Kanye West, Pharrell Williams, Becky G e Ivete Sangalo.
Eu tive o prazer de conversar com Angel B pela primeira vez em 2011, logo depois dela lançar seu hit Money. Agora nos reencontramos e refletimos sobre a evolução de sua carreira, inspirações e mudanças no cenário musical.
Olá, Angel B! Quando te entrevistei, lá em 2011, você se definiu como uma ‘’entertainer’’. Você ainda se vê assim? De lá pra cá, o que mudou em relação a sua identidade artística?
Olá! quanto tempo. Prazer falar com você de novo. Claro com certeza, porque isso abrange todas as áreas que atuo, que no caso aumentaram. Sou cantora, compositora, coreógrafa, dançarina, DJ, Engenheira de gravação rs, tudo o que faz parte do entretenimento. Continuo usando o termo Entertainer ou Artista Completa :)
Na época, você tinha acabado de lançar Money, que eu vejo como um pontapé na porta, tanto porque lhe apresentou a um público maior quanto pela mensagem da música. Após 13 anos, como você vê que Money agregou em sua carreira?
Money abriu portas para novas oportunidades com certeza, mas como eu não tinha uma equipe, empresário, gravadora, infelizmente não foi dado a continuação, o push necessário na época.
O clipe de Money lembra a estética de Show das Poderosas, da Anitta, lançado 2 anos depois. Desde então, ela ainda é considerada a maior do Brasil. Você acompanha o pop brasileiro? O que você consome nesse quesito?
Ah legal, não tinha reparado que era a mesma estética. Acompanho pouco, mas tem uns artistas que admiro bastante, Iza, Priscilla, Giulia, Gloria Groove, entre outros.
Após Money, você lançou vários êxitos, como Ain’t Seen Nothing Yet, I Gotchu, Don’t Touch It, Work e YEAH. Dentre tudo o que você já lançou, quais as suas preferidas? O que você recomendaria de seu catálogo para quem ainda não conhece?
Minhas Favoritas são Aint Seen Nothing Yet, Work, Like That e RIOT. Ahh, recomendo todo meu EP que lancei esse ano. Está repleto de músicas pra dançar.
Suas inspirações parecem decair fortemente em artistas como Beyoncé, Mariah Carey e Ciara, com uma mistura de pop, R&B e Hip Hop. Além das citadas, quais são as artistas que mais lhe inspiram?
Aaliyah com certeza, Missy Elliot, JLO como performer entertainer, Bia. Tem tantas pessoas que admiro, a lista ficaria enorme.
Em 2011, o YouTube ainda vivia o seu apogeu e nós éramos mais visuais do que parecemos hoje, depois da ascensão do Spotify. Volta e meia vemos alguém dizer que ‘’o YouTube morreu’’. Como você enxerga essa migração de uma plataforma a outra? Você acha que os artistas mainstream, de forma geral, conseguiram se adaptar? E os artistas mais independentes como você?
Mudou muito. Sim, nossa geração era a geração do visual, MTV, videoclipes. Hoje acredito que continua visual , mas no formato menor. Instagram, TikTok. Artistas mainstream que tem um público grande, ainda conseguem migrar as pessoas do Instagram pra ir conferir Youtube. Mas com certeza a indústria mudou para conteúdo mais curtos, o que facilitou pra artistas independentes com orçamentos menores.
O Spotify, Apple Music etc, facilitou a maneira de ouvir música, mas não acho que foi isso que tirou o Youtube do foco, e sim o Instagram e TikTok.
Nos últimos anos, temos visto o Brasil sair de seu isolamento em relação à América Latina e passar a consumir mais artistas de países vizinhos. Você já pensou em surfar nesse hype ou o seu mercado é realmente outro?
Eu particularmente nunca pensei. Fazer participações e ter feats na vibe, com certeza, adoro, mas minha identidade é outra com certeza. Focar em algo todo espanhol não acho que seria ideal.
Em 2020, você lançou Work pela produtora Love Funk, com uma brasilidade tamanha talvez inédita pra você. Você tem uma preocupação em, de certa forma, integrar seu público norte-americano com o brasileiro no seu trabalho?
Na verdade Love Funk foi somente o canal que lançamos o vídeo. Não tiveram participação nenhuma no processo de criação do trabalho. Com certeza quero conseguir atingir os dois públicos, afinal sou Brasileira!
Sua atitude no palco e seu empoderamento atrai em especial um público LGBT ou você vê o seu público como mais heterogêneo?
O público varia muito. Eu foco na música e quem se identifica com ela é mais que bem-vindo! Faço músicas pra todos.
Seu álbum R.I.O.T. foi lançado esse ano. Como foi o processo de gravação e lançamento? O que você pode nos contar dos bastidores?
O projeto foi concluído em 6 meses. A ideia começou depois de um TikTok challenge que fiz rimando. Então eu e Chris Scott, produtor que trabalhou comigo no projeto, decidimos ir nessa vibe misturando Rap, Pop e R&B, trazendo pro público todos os estilos musicais que me inspiram.
Quais são os seus planos e o que seus fãs podem esperar de sua carreira como cantora e coreógrafa?
Evolução sempre. Infelizmente 6 horas antes do meu projeto ser lançado, perdi meu pai. Então isso afetou tudo, meus planos de lançamento, meu psicológico, então estou “taking my time” pra ver a direção que vou seguir em relação a tudo que pretendo fazer. Enquanto isso, escutem muito o projeto que está em todas as plataformas digitais. Todo suporte é bem vindo!
Por Willians Barbosa